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Depois de alguns anos a trabalhar no tratamento do alcoolismo, toxicodependência e tabagismo, comecei a refletir sobre esta problemática do uso, abuso e dependência de substâncias químicas. Essa reflexão resumia a minha inquietação e apreensão em relação ao futuro das nossas crianças, jovens e adultos:  como podemos parar este fenómeno e ter uma perspectiva mais limpa, longínqua e promissora? Cheguei ao significado maior com estas duas palavras – prevenção primária , ou seja, evitar o uso,  o abuso, a dependência e para isto criei um projecto de prevenção intitulado “Dizer Não”, que foi desenvolvido em 30 escolas. 

Em 2001, “Dizer Não”, foi aprovado e recomendado pelo IDT( Instituto da Droga e da Toxicodependência), actual SICAD ( Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), para o 3º ciclo do ensino básico. Este projecto foi desenvolvido no Algarve até 2003, ano em que foi fundada a APIS – Associação de Prevenção e Intervenção Social, uma IPSS (instituição privada de solidariedade social) para dar continuidade a este e outros projetos de prevenção em Lisboa, nas áreas das dependências, transtornos alimentares, violência e insucesso escolar e sexualidade.Tivemos o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Caminhos de Ferro Portugueses, Allianz Seguros entre outros. 

O público-alvo, para além dos jovens (foram abrangidos 2.631 jovens em idade escolar), eram os pais ou encarregados de educação, professores e funcionários das escolas (foram abrangidos 2.760 neste grupo) através de workshops. Em contacto direto com estes públicos-alvo, percebemos a necessidade de informação, educação e apoio nestas problemáticas.

No final deste programa, foi feito a avaliação dos resultados e o estudo das necessidades da escola e professores, dos comportamentos e pensamentos dos jovens perante esta problemática do consumo de drogas, bem como o nível de satisfação e benefício sentido com a participação no projeto “ Dizer Não” e o cumprimento dos seus objetivos. 

Foram aplicados questionários como follow –up ( 9 meses após o projeto) demonstrando a eficácia, satisfação e necessidade de um projeto como este, de prevenção as drogas, dado  provocar mudanças nos conceitos, na consciencialização e tomada de decisões mais responsáveis.

Foi ao longo desta trajetória que surgiu a ideia de escrever um livro com o intuito de multiplicar a informação e dar respostas as questões de outros jovens.

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